5 de jan. de 2008

prelúdio

o que escrevo é para os de consciência livre – provavelmente estes que me compreenderão, porém dedico também aos que buscam esta consciência livre e sugiro que o façam sozinhos, por si mesmos, que tornem fortes e autores de seu
caminho

a melhor companhia para a leitura do que escrevo é a de si mesmo e nada mais... não há nenhuma intenção em minha escrita de compor alguma verdade - se você estiver lendo com esta intenção já digo de cara que não é o que encontrará aqui e que não é essa minha busca, tampouco minha caminhada

sugiro a escuta do silêncio, que se permita ler além das letras e a si mesmo; que não tire conclusões precipitadas, não tenha pressa em ler. e escreva você também o que pensa, sente e quer: seja sincero contigo, não queira me agradar, pois eu também não quero te agradar

crie teu caminho no caminhar, concorde ou discorde, desobedeça seus atos mais nocivos à si mesmo, aos atos de ceder a sua vontade, de se privar, de se viver no medo e na mentira hipócrita do homos-burocráticus

“as coisas que você possui acabam te possuindo”, “você não é o que você possui”, são frases que estão no ‘clube da luta’. voe com elas para adiante e jogue fora sua calça (aquela que já cansou de usar e nunca se sente bem), largue tua moral antes que ela te denuncie, esqueça seu celular numa esquina qualquer, mostre a sua cara, sem cenas se permita a desobedecer, a agir em favor de si mesmo, mas conheça tua vontade... atente para a diferença entre fazer o que se quer fazer e fazer o que os outros querem que você faça – o que eles esperam de você, o que você espera de você?

não tente entender racionalmente o que é certo, verdadeiro, justo e bom. experimente viver o que surgir e permita que você mesmo avalie o que sentiu, se foi ‘bom’ ou ‘não’ depois. não permita que seja consumido pelas crenças que meios e as pessoas empurram a você.. tão simplistas e ordinárias, inconsistentes e refutáveis não se cobre por ler isto - deixe jogado em qualquer canto, leia de vez em quando, poucas palavras, talvez uma página por mês – pois é por aí a leitura, é aos poucos que ela acontece, pois é aos poucos que a gente acontece... e não tome o que esta escrito aqui como qualquer outro texto, pois ele não é um qualquer...

você está lendo um texto que alguém escreveu, uma pessoa dum ponto da terra. talvez o autor desse texto já esteja morto, ou não, quem sabe? e você? há quanto tempo você não lê com atenção, já parou para pensar nisso? sabe a experiência de vida de quem o escreveu? e a tua? há quanto tempo você não conversa com alguma pessoa que encontra em seu dia-a-dia – estou falando de conversar mesmo, não fofocar ou tagarelar? e quanto tempo para você mesmo?

por que não desburocratizar relações? descoisar pessoas? lembrar que a gente é gente e não computador, celular, roupa, carro ou textos decorados... temos história, valores e cultura – cada um de nós é uma estrela com sua particularidade indescritível e imensurável viver a vida, o riso, a faca, o amor por si mesmo, pela vida, pelo sol e por cada partícula de ar que se respira. sentir a dor que também é real e saber que a gente vale muito mais do que qualquer coisa que a gente tenha

os espaços em branco são para serem apropriados: riscados, escritos, gritados, etc

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no livreto 'andando entre nuvens'
para download em pdf, no endereço abaixo:
http://www.elosarte.com/bruno/nobru/nuvens.pdf

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